domingo, 23 de agosto de 2009

A CERTEZA DA DÚVIDA OU A DÚVIDA DA CERTEZA?...

Faz tempo amor, que vivemos de incertezas
De desencontros e reencontros que buscam apenas o eclodir definitivo do último encontro.
Qualquer coisa pode justificar as nossas incerteza por causa da nossa insegurança.
Mas, se tanto tempo já passou, se tantas forças adversas nao conseguiram
Colocar-nos em caminhos simplesmente paralelos, que nao se encontram nem no infinito
Se as forças contrárias, as maldades, a inveja, nada, nada disso conseguiu afastar-nos definitivamente
Se as diferenças, as desigualdades nos fizeram cada vez mais iguais
Porque meu querido, agora, depois de tudo e de tanto, quando a luz no final do caminho ja parece brilhar mais forte, mais consistente, porque amor, porque essa dúvida?...
Será que o único caminho para voltar, ara ficar de vez, é o caminho da partida,
Do adeus temporário que nos mostraria o caminho dessa volta tão ansiada?...
Para voltar é preciso partir. Partir com que caminhos, com que estradas, com que atalhos?...
Depois de muito tempo, chegamos a conclusão que entre nós havia uma certeza absurda de muitas dúvidas.
A convivência, as lágrimas que choramos juntos, o silêncio que juntos fizemos longos ou breves.
Os adeus ensaiados, as voltas amigas.
Os retalhos de felicidade
Os vazios...
Tudo, meu querido, nos deixava vacilantes.
Daí, a certeza da dúvida.
E a vida, o destino, ou seja lá que tenha sido, brincou conosco
E, depois colocou-nos após a separação amarga, frente a frente.
Novamente nossos caminhos tinham passos que deixavam rastros paralelos,
Caminhávamos na mesma direção.
E o vazio de outrora encheu-se com a tua presença.
Os fantasmas do medo e do receio estavam muito mais temerosos de outros fantasmas:
Os da maldade alheia, da inveja ou do descontentamento daqueles que nao sabem nem o que Querem para si, quanto mais para os outros
Vestindo-se de uma falsa bondade ou pálidos conselhos e opiniões
Para dar vazão às suas vontades de destruir, de separar, de semear desunião, tristeza, dor
E ver chorar a saudade dos que se separam..
não importa quão breves sejam os momentos...
Não importa que eu me vista de mistério,
Que minta um nome para amar o verdadeiro nome.
Não importa nada.
O que conta é a certeza da tua presença, aqui, comigo, agora.
Isto, me faz feliz e, o que me corta, o que me despedaça é a encruzilhada
Que nos deixa diante de dois caminhos:
Era preferível ter a certeza da dúvida quando não sabíamos o que fazer
Ou a dúvida da certeza, quando ja sabemos o que queremos?
Que me acenes, que me digas adeus, que partas...
Que conheças novos caminhos e novas fronteiras e prazas os céus,
Que voltes um dia e, se Deus glorioso e clemente
Colocou-nos no mesmo barco em direção ao futuro
Que voltes para mim, porque ainda temos muito caminho pela frente e,
Quem sabe, se lá no fim nao nos espera a felicidade? (AD. Transcrito para minha agenda 13/08/1979)

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